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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

04 de outubro de 2010

CEU EMEF JAGUARÉ, 04/10/2010 - 4ºB.

ROTINA:
1- Oração (não obrigatória) e chamada.
2- Conversa sobre a aula.
3- Leitura compartilhada: "Reinações de Narizinho", cap.21, 22 e 23.
4- Português: livro, pág. 75 a 80 (lendas).
5- Recreio (09h15).
6- Finalização de Atividades.
7- Educação Física (10h20).
8- Sala de Leitura (11h05).
Amanhã: trazer livros de LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA (para terminarmos ambos os livros esta semana - têm novos esperando).

Rotina Prevista (04/10/2010)
Rotina Prevista - e cumprida! (04/10/2010). Arquivo Pessoal.


DETALHES RELEVANTES:

2- O que e como teremos. Precisamos destacar as coisas boas que fazemos e diminuir o que é negativo. Alguém perguntou sobre em quem eu havia votado; respondi que, para não influenciar ninguém, falarei somente após o segundo turno das eleições e fora do ambiente escolar - e lei deve ser respeitada e eu devo dar o bom exemplo.

3- Esses três capítulos de "Reinações de Narizinho" são sequenciais: pedido de casamento de Emília, Noivado e Casamento. Aproveitamos para conversar sobre títulos de nobreza que aparecem no livro e hoje em dia não são mais usados (Condessa, Visconde, Marquês) - aparecem somente em nomes de algumas ruas, são títulos de cargos políticos (mas as enganações continuam, vejam-se as promessas do Marquês de Rabicó). Como ficou o suspense sobre o próximo capítulo ("O casamento de Narizinho"), alguns levantaram a possibilidade dela casar com seu primo, Pedrinho; uma aluna argumentou sobre os perigos dos casamentos consanguíneos e eu trouze alguns detalhes científicos, entrando em termos como "genes" e "DNA", mas tudo de forma bem superficial, informando que os detalhes serão estudados em outro ano. Essa é a grande riqueza de uma obra de Monteiro Lobato: levanta temas atuais e interdisciplinares, além de mexer com a imaginação.

4- Estamos iniciando a última unidade do material institucional, introduzindo as lendas como uma forma que determinado grupo humano tem de tentar explicar fatos do dia a dia. Levantamos algumas conhecidas (outras, nem tanto), lemos duas que o livro nos tras, além de breve definição e características principais desse gênero.

6- Breve registro escrito de tudo visto no item 4; lição de casa: levantamento livre de nomes de lendas conhecidas.

7 e 8- Com respectivos professores especialistas.


ASPECTOS DA AULA:

Bem participada, sem quaisquer incidentes, por menores que sejam.

Os alunos comentaram que nem sentiram o tempo passar e que deu tempo de tudo o que estava previsto na rotina - esse é o segredo da participação e colaboração de todos.

Alunos, muito alegres, contaram-me que tudo deu certo na aula de Educação Física, participaram ali também sem encrencas.

Recordamos o uso do travessão ou aspas, em diálogos - isso estava nas lendas do livro. Analisamos um pouco as estruturas e elementos que elas traziam. Conversamos bastante sobre a visão de mundo que os indígenas tem (em uma das lendas estava que "enquanto o ser humano não mata a natureza, esta não mata o ser humano de fome"; lembrei de fatos que conheço dos indigenas como, por exemplo, matar somente o animal que for comer e, mesmo assim, pedir perdão a ele - tive a oportunidade de conversar com alguns, que visitaram a Paróquia São José do Jaguaré no ano de 2002).

Como não conheciamos bem a lenda da Cobra Norato, citada no livro institucional, fiquei de pesquisa-la. Eis o que achei em um confiável site (segue a fonte):

"A índia tapuia sentiu a gravidez quando se banhava nas águas do rio Claro. Teve os filhos nas margens do Cachoeiri, entre os rios Amazonas e Trombetas. Vieram ao mundo na forma de duas serpentes escuras. A mãe lhes deu os nomes cristãos de Honorato e Maria. Eram gêmeos. Não podiam viver na terra. Criaram-se nas águas. O povo os chamava Cobra Norato e Maria Caninana.

Cobra Norato era forte e bom. Não fazia mal a ninguém. Pelo contrário, salvou muita gente de morrer afogada. Lutou contra peixes grandes e ferozes. Passava o dia nadando, esperando a chegada da noite. Quando a lua surgia no céu, ele saía da água, arrastando o corpo pela areia. Então, Cobra Norato se desencantava. Deixava o couro da cobra na margem do rio, e se transformava num belo rapaz. Adorava festas. Ia dançar, ver as moças, conversar com os outros rapazes. Pela madrugada, enfiava-se novamente no couro da cobra que deixara na margem e mergulhava nas águas do rio.

Sua irmã, Maria Caninana, era má e violenta. Jamais visitou a mãe. Afundava embarcações, feria peixes pequenos. Por isso, Cobra Norato a matou, depois de uma luta terrível. As duas serpentes se engalfinharam no meio do rio Madeira, transformando suas águas calmas num imenso rodamoinho.

Para virar homem de uma vez por todas, Cobra Norato precisava de alguém que ajudasse a desencantá-lo. Antes de mais nada, era necessário encontrá-lo dormindo. Depois, deveriam se jogar três pingos de leite de mulher na boca da cobra e dar uma cutilada de ferro virgem na sua cabeça. Ela, então, fecharia a boca e da ferida na cabeça sairiam três gotas de sangue. Assim, Honorato ficaria homem para o resto da vida.

Mas a cobra assombrava. Todos tinham medo. Demorou para aparecer alguém que quisesse ajudar.

Certo dia, a cobra nadou pelo Tocantins. Deixou o corpo na beira do rio e foi dançar. Fez amizade com um soldado e pediu que o desencantasse. O soldado topou e fez tudo o que era preciso. Honorato suspirou descansado. Queimou o couro da cobra. As cinzas voaram.

Nas terras e rios do Pará não há quem ignore a vida da Cobra Norato. Canoeiros apontam para lá e para cá, mostrando os locais por onde passava a Cobra Norato."


  
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